terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Jugo Desigual


Recentemente o cardeal patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, surpreendeu tudo e todos ao sugerir, numa tertúlia designada “125 minutos com Fátima Campos Ferreira” realizada na Figueira da Foz, que as jovens portuguesas deveriam pensar duas vezes antes de casar com um muçulmano. De acordo com as suas palavras, um enlace desta natureza pode constituir um ”monte de sarilhos”.

Esta chamada de atenção tem tanto de corajosa quanto de polémica, tanto mais que vivemos dias em que afirmações desta natureza podem ser interpretadas como racistas, xenófobas. Este é também um tempo caracterizado pelo diálogo ecuménico, pelo apelo à tolerância, muito aplaudido por aqueles que gostariam de nos colocar a todos debaixo do mesmo chapéu religioso. Inquirido por Fátima Campos Fer reira se não estava a ser intolerante em relação à questão do casamento das jovens com muçulmanos, o prelado disse que não.

Embora a afirmação possa ser politicamente incorrecta, de acordo com Moisés Espírito Santo, sociólogo das religiões, em declarações à Agência Lusa, o Cardeal Patriarca “teve uma atitude correcta e corajosa.” Ainda segundo ele, D. José Policarpo enquanto responsável da igreja e como cidadão, tem a “obrigação de informar as pessoas sobre as consequências dos seus actos”.

Muitos anos antes já o apóstolo São Paulo informava e alertava os cristãos para a questão do jugo desigual. Na sua segunda carta à igreja em Corinto, no capítulo seis versículos 14 a 15 diz: “Não vos prendais a um jugo desigual…”. E acrescenta: “o que poderá haver de comum entre a fé e a descrença…”? Diz mais: “Que ligação existe entre a luz e a escuridão?

Este texto tem pelo menos duas metáforas. Uma refere-se a bois e cavalos que percorrem juntos uma grande distância, suportando o mesmo fardo, debaixo da mesma canga. A outra refere-se a músicos que tocam numa orquestra. A palavra chave aqui é harmonia, a mesma que é usada no versículo 15, harmonia essa que se consegue sob a batuta do maestro e respeitando os tempos da música.

Muitos cristãos evitariam igualmente uma “carga de trabalhos” se prestassem atenção ao que diz a Bíblia sobre este assunto. Precisamos entender de uma vez por todas que aquilo que nos diferencia dos não cristãos são os princípios bíblicos pelos quais nos regemos e que nos conduzem a uma vida saudável e equilibrada que agrada a Deus. Isto não significa, contudo, que não possamos estabelecer laços de amizade com eles, desde que não soframos a sua influência.

Para aqueles que estão a viver uma situação de jugo desigual, recomendo a leitura do livro “Jugo Desigual”, Editora Vida. O livro pode ser particularmente útil para quem não sabe muito bem como agir quando o seu cônjuge não é crente. Oferece ideias e conselhos sobre como criar filhos num lar sob jugo desigual, por exemplo.

Riquexós na Índia




Alguns de nós provavelmente nunca viram nem andaram num riquexó, um meio de transporte rudimentar, não poluente, que circula nalguns países asiáticos. Em Macau onde vivi com a minha família por alguns anos, tive a oportunidade de ver estes veículos simples de transporte de passageiros cumprirem ali essencialmente a função de táxis. Eram muito procurados pelos turistas para visitarem alguns pontos turísticos da cidade.

Recentemente numa pesquisa através da internet, descobri um site de uma organização cristã interdenominacional denominada “People Aid”, que desenvolveu um interessante programa de apoio a cerca de 18 mil famílias de baixos recursos através de riquexós na Índia. Estima-se que neste país com uma população de 1 bilião de pessoas, onde existem 17 línguas principais e para cima de 3500 dialectos, circulem pelas suas estradas cerca de 700 mil destes veículos. O governo indiano incentiva o uso do riquexó como uma forma de evitar que a poluição alastre.

Para aqueles que têm curiosidade em conhecer a história dos riquexós, como são fabricados, onde são distribuídos maioritariamente, como contribuem para a auto-suficiência das famílias pobres e como são financiados, sugiro uma visita
ao site http://www.peopleaid.org/. À semelhança do apadrinhamento de crianças e adopção de famílias nalguns países, também aqui se pode adoptar uma família oferecendo um riquexó e receber uma foto dessa família.